top of page

Matéria

 

Breno Costa

Na série Estructuras Latentes, Breno Costa explora nas suas composições, padrões e texturas de objetos que existem na sua fragmentação, sem vida. Com interesse pelo espaço subjetivo, a reflexão sobre a distância entre o que captamos com o olhar e que percebemos, é um dos conceitos chave no seu trabalho.  O artista utiliza intencionalmente o telefone, de forma a se afastar das técnicas fotográficas tradicionais, recorrendo a ferramentas menos convencionais para definir e realçar a estrutura da imagem original, levando a sua forma ao limite.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rita Afonso

O trabalho de Rita Afonso parte da questão “Como criar uma pedra preciosa?”, sendo este o cerne da questão da sua investigação. A artista tem vindo a recolher materiais do seu meio natural, com o qual também se envolve, quer seja através do seu registo fotográfico, ou de ténues intervenções na paisagem. A recolha que faz, é maioritariamente de pedra ou madeira, explorando depois estes materiais em várias vertentes, tornando-os objetos e criando imagens através destes.  Para esta exposição, a artista realiza uma instalação, na qual através da mesma peça, um móvel com 28 gavetas, é possível dar diferentes valores conceptuais à mesma peça física.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Marta Simões

A pintura é a principal fonte do trabalho de Marta Simões, marcada pela livre expressão dos materiais, experiências e acidentes que surgem no processo de criação. A matéria é algo fulcral na sua obra, procurando novas formas de a moldar, acentuando a sua riqueza intrínseca. Algo que se pode verificar nos seus trabalhos com cimento, o material sobre o qual a artista se tem vindo a focar, retirando-o do contexto de construção e explorando a sua plasticidade artisticamente. Desta forma, o cimento é aplicado na tela, onde as suas impurezas deixam marcas que se cruzam com a sua pincelada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mafalda Garcia

O Tempo, encontra-se na base do trabalho de Mafalda Garcia. Quer seja na busca de uma definição de tempo em termos gerais, ou na delimitação de tempos específicos que influenciam o seu processo de criação, como o tempo nostálgico, da memória, e o tempo em que o passado e o presente se cruzam, momentâneo. A sua ida a Carrara, e encontro com a Montanha de Saint- Victoire, têm uma forte presença na sua obra. É então estabelecida uma relação com a paisagem natural, com a matéria-prima que lá encontrou, o mármore, e com a sua memória, que ecoa na pintura, fazendo uma suspensão do momento.  

 

 

 

Tempo

Lourenço Soares

Loureço Soares inspira-se na série de estudos sobre o movimento The Attitudes of Animals in Motion (1881) de Eadweard Muybridge. Nestas o corpo humano é eliminado digitalmente das fotografias, retirando-lhes o seu principal motivo e assim transformando os painéis numa imagem de duração pura: uma imagem-tempo. O título original, permanece na peça de Lourenço Soares, de forma a revelar o carácter absurdo das atividades humanas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Beatriz Capelo

 

A obra de Beatriz Capelo revela-nos um percurso envolvente e versátil, proveniente da manipulação do vidro, que lhe despertou o interesse e reanimou o seu desejo criativo. Evocando assim o potencial desta matéria prima que se atravessa no nosso quotidiano sem nos causar impacto, a artista realça um diálogo de formas e cores que se fundem no nosso olhar. Nesta exposição, encontram-se reunidas quatro peças que simbolizam uma passagem determinante na vida da artista.

 

Diogo Santos

No projeto fotográfico “Glass”, Diogo Santos foca a sua atenção num único objeto, um frasco de vidro de 250 ml, com rolha de cortiça, realizando um estudo fotográfico a partir deste. Refletindo sobre a sua relação com o tempo e a luz, o estudo estende-se desde o momento de captura, ao seu processo laboratorial. Numa primeira instância, o objeto é registado num âmbito direto, já na segunda parte, entra em jogo a sua relação com a luz, surgindo transparências através desta relação. Por fim, a componente temporal é adicionada, revelando a capacidade de se conter algo mais no frasco, que a passagem de luz.

 

Felipe Raizer

Felipe Raizer procura, na imagem, intercâmbios entre o estado mental e o espaço físico em estes se conectam. O ambiente urbano, com todas as suas questões estruturais, desde a matéria à construção do espaço, permite a criação de linhas infinitas que transformam a cidade. O artista procura assim registar estas transformações, que se apresentam de diferente forma ao olhar de cada observador, registando não o espaço fotografado, mas um novo espaço, com uma nova realidade. A representação da cidade passa assim por formas que a definem, e que se encontram suspensas entre o momento de criação artística e a matéria intrínseca na realidade urbana.

 

 

 

 

 

 

 

 

Forma  

Margarida Almeida

Margarida Almeida apresenta Imaginário-Lab, um projeto que resulta de uma vasta análise ao caos do quotidiano em contraste com a contaminação imagética, capturada num sentido pessoal. Através da sobreposição de imagens, obtidas em registo fotográfico, surge um novo elemento: a grelha levando-a a uma reflexão sobre a presença destas no comportamento humano. A criação de grelhas no sentido organizacional ou até mesmo na criação de barreiras, entre nós e o outro, ao colocarmos entraves nos relacionamentos, ou ocultando quem somos. Este comportamento, é também verificável na sociedade contemporânea, que faz divisões entre países e etnias.  

 

 

 

 

Joana Passos de Almeida

O trabalho de Joana Passos de Almeida deambula por entre os vários ofícios, acreditando na sua identidade como também na recuperação dos

próprios materiais, que procura modelar observando as suas reações perante a intervenções da ação humana. Desmistificando e ao mesmo tempo provocando os seus limites quer espaciais quer representativos. Desta forma, cria um diálogo entre os diferentes materiais, que através da mesma modelação sofrem diversas alterações, mas que são unificados por uma leitura comum.  

 

 

 

 

 

André costa

 

André Costa explora o problema da representação que se reivindica na segunda metade do séc. XX, e que chega até aos dias que correm, com o

surgimento de uma nova linguagem, independente da alusão à aparência do mundo.  Fundamenta-se em Mondrian, na pureza de cores primárias e na geometrização de linhas e planos depurados que rapidamente se tornam símbolos abstratos. No entanto, busca um novo caminho, que não se limite à redução das formas e cores a simples veículos de dinâmica visual, acabando por se tornarem variações para o mesmo problema. Desta forma, o artista propõe-nos uma linguagem visual onde a forma deixa de desempenhar um papel figurativo, tornando-se objeto, forma-objeto.

 

 

 

Verónica Gonçalves  

 

Verónica Gonçalves vai ao encontro do ato de criar, de pensar e de fazer. A artista disseca fragmentos de vigas em madeira que outrora sofreram um processo de manufatura para poderem vir a ser objetos de funcionais. Na junção destes restos fragmentados de vigas, surge a motivação de criar uma nova identidade, através de uma lógica conveniente ao funcionamento dos componentes, no que trata linhas de força, tensões e volumetrias dinâmicas. Os objetos resultantes do processo artístico, comportam em si informação, não só porque foram criados, mas também porque foram criados para nascer informação. Neste último ponto converge o papel das Instruções na criação, também apresentadas enquanto peça.

 

 

 

 

 

Ana Mouralinho

 

Ana Mouralinho apresenta dois trabalhos que representam mais que uma simples passagem pelos diferentes registos gráficos que a faculdade oferece. Acreditamos que nestas peças há um diálogo de marcas que revelam forças e cruzamentos de elementos do processo criativo. Pela repetição de formas geometrizadas passando para a abstração, pela experimentação com que a artista se renova e molda manchas de espaços imaginários e pela sua liquidez e leveza, somos inevitavelmente sucumbidos a um voo criativo da experimentação etérea.

  

Ana Romãozinho

Num espaço sem tempo, o tríptico fotográfico de Ana Romãozinho, alude a um espaço utopicamente produzido, no qual a realidade se encontra suspensa em 3 ressonâncias, 3 ritmos diferentes. Esta série surge da repetição, enquanto alegoria do comportamento e convivência humana atual, levando a uma síntese de ordem visual ao pensamento de unidade, que se fecha em torno de uma única visão inicial, escuridão no silêncio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Espaço

 

 

Rita Cêpa

 

Baseando o seu trabalho na fragilidade, do corpo, do ser, da vida, Rita Cêpa debate-se com as situações de impotência e de injustiça social que marcam a sociedade contemporânea. Na peça que apresenta, convoca a reflexão na conjugação de fatores aparentemente frágeis, mas que num contexto expositivo se tornam fortes e com propriedades catárticas para o observador. A catarse remete ainda para o conceito de inquietante, para a obra que provoca uma reação no espectador, provocando algo em si. Na sua obra, há sempre uma tentativa de recriar, a partir das várias técnicas manipuladas, uma ligação com os problemas atuais da sociedade, partindo do mote Parar, Pensar e Mudar.

 

 

 

 

 

 

 

Francisco Pinto

 

Na instalação Static, Francisco Pinto procura explorar a problemática da perceção face à tecnologia e ao atual entendimento de cultura, comunicação, realidade e virtualidade, sendo esta a temática central que tem vindo a desenvolver no seu trabalho.  A obra inverte os papéis do digital e do real, contrariando o funcionamento normativo do televisor, tal como as ambições da contemporaneidade reportando-se à superação da experiência efetiva pela virtual.  

 

Adriana Moreno

SandBox – Grãos em memória, é uma instalação interativa que combina fragmentos sonoros e narrativas orais, que Adriana Moreno tem vindo a recolher ao longos dos dois últimos anos, em Portugal. Procurando com estas explorar a identidade e a memória na intersecção da paisagem, nomeadamente do mar, e da tecnologia. As narrativas são (re)apropriadas e sobrepostas de fragmentos sónicos, produzindo diferentes fontes sonoras. Performáticamente, a SandBox é uma caixa de escuta “que convida o outro a concentrar todo o corpo na voz” (Barthes,2009), ou nas diferentes fontes sonoras (convencional e não convencional), que manipuladas previamente geram diferentes percursos narrativos, onde quem interage tem a possibilidade de sintonizar, silenciar, gravar e desligar de acordo com sua experiência imersiva. Aqui quem interage com a peça é também narrador, (co)autor e produtor de diferentes fontes sonoras, cada um tem o poder de (re) construir o seu território sonoro, a partir de “uma experiência que está submersa no sonoro” (Barthes, 2009), mas também em experiências multissensoriais.

 

Para ver e experienciar nos dias 8, 9 e 10 junho. 

 

Gonçalo Gouveia

 

fri·go·rí·fi·co

(latim frigorificus, -a, -um, que faz frio)

 

adjectivo

1. Que produz ou conserva o frio. = FRIGORÍFERO

substantivo masculino

2. Aparelho electrodoméstico em que se conservam frescos os produtos

alimentares. (Equivalente no português do Brasil: geladeira.)

 

 

fri·go·ri·fi·car - Conjugar

(frigorífico + -ar)

verbo transitivo

Submeter ao frio, para conservar.

 

 

 

Vídeo

A seleção multimédia manteve-se na mesma linguagem, apelando à matéria, forma espaço e tempo. Em todas elas somos alvo de interação, de um jogo de diálogos que nos compele a refletir sobre questões que surgem ao longo do percurso da exposição.

 

Camila Roriz

Cabo-curai, um percurso pela natureza que se confunde com traços de descomposição e repetição, relata o contacto da artista com o exterior que nos convoca a experiencia-lo. Assim como das paisagens verdejantes passamos para a selva de cimento do nosso quotidiano ao consumo que nos rodeia a imagem invoca símbolos, e do preenchido campo de arvores passamos para o vazio de uma esplanada ou do interior de transparente de uma loja que contamina o que é verdadeiramente a essência da nossa natura.

 

Guilherme Tosetto

Densidade incerta, envolve-nos no cativante estado liquido melancólico que provém da relação entre o mar, a chuva e a inevitável presença que ambos têm com o Homem que por eles passa e se perde. Especialmente na sua sonoridade sublime que nos leva a perder, submersos na sua imensidão.

 

João Goes

O vídeo COMPROMISSO propõe-nos uma espacialidade que arrasta e funde, ao mesmo tempo, as palavras com as pedras da calçada. Encontramos uma sequência de imagens, na qual em cada uma destas se observa um fragmento de papel, estes têm algo escrito por alguém desconhecido. Por alguma razão as mensagens foram perdidas, ou deitadas fora. Estas remetem para um fragmento de vida, da história, dando-nos um vislumbre da sua memória.

 

Luísa Telles

Baseando-se no mito de Psique e eros, in metamorfoses de Apuleius, a artista replica o espelho de psique sobre pedras espaciais que perderam o peso e deambulam no infinito. Encontro no escuro, uma projeção de sobreposições do excerto sobre imagens ao som de voos espaciais históricos da NASA.

 

Adrian Stölzle

Gruta, é uma exploração videográfica que utiliza o espaço nas imagens paradas de forma a emprestar profundidade ao revelar distancia. A camara é intermediária de funções que aos olhos são alheias. O artista infunde-nos de qualidade estéticas nas sonoridades complementadas, em tentativas de aproximação, Gruta revela-nos um espaço interior frágil e poderoso.

Ida Schmutz

Welcome to the first world, um documentário sobre uma civilização ficional que habita em, Hetzbricz State, um estado que se encontra numa constante relação amor-ódio consigo mesmo e com os cidadãos exteriores. Através deste estudo, Ida Schumutz explora a ténue fronteira entre autenticidade e ilusão turística, realizando este filme através de entrevistas reais, discursos e filmagens feitas num parque temático tropical existente na Alemanha ocidental.

Fotografias: Rita Afonso 

bottom of page