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Existe um percurso nesta exposição, que se encontra dividido em quatro partes, matéria, tempo, forma e espaço. A primeira parte da exposição foca-se na Matéria e na sua condição natural. A relação com o meio natural do qual provém a matéria-prima, torna-se a essência destes trabalhos. Quer seja através do encontro com a paisagem envolvente, como observamos no trabalho de Mafalda Garcia,  no registo fotográfico de Breno Costa, através de recolha de materiais e posterior exploração de Rita Afonso, ou da sua modelação e passagem para um novo suporte, como faz Marta Simões, existe sempre uma marca matérica.

 

Passando para a segunda parte, através da transição feita pelas telas de Mafalda Garcia, o Tempo é explorado nos trabalhos de Beatriz Capelo, Diogo Marques Santos e Filipe Raizer. Sendo a constante da criação artística e essência indomável do seu estado final. Por uma lado, temos o vidro, no seu processo de raiz, passando pela sua modelação e transformação. Por outro, temos a sua relação comportamental com o tempo e o espaço, registrada através da fotografia de Diogo Marques dos Santos. Por sua vez, Filipe Raizer, desconstrói não só a matéria, mas também o próprio espaço arquitetónico. No seu trabalho, as formas lineares começam a surgir, transitando para a terceira parte desta exposição.

 

A Forma, está presente em todos os artistas expostos nesta seção, que reduzem a representação a formas lineares e geométricas, dando também destaque à cor e abrindo espaço para novas significações. Iniciando-se nas grelhas de Margarida Almeida, que encena as barreiras humanas realçando o espaço negativo  da divisão. Indo ao encontro da obra de Joana Passos de Almeida, que apresenta cerâmicas singulares que invertem a identidade funcional da forma. Continuamente, a identidade de vigas de madeira torna a ser invertida, num jogo de representações, contrariando a sua funcionalidade posterior. Já André Costa, foca-se no problema da representação na pintura, propondo uma linguagem visual baseada na geometrização, objetificando a forma.  

 

Por fim pensamos, o Espaço, particularmente o espaço contemporâneo. Não só contemplamos o espaço físico na sua relação com o espectador, mas também o espaço que se abre para o pensamento e reflexão sobre a contemporaneidade. A obra de Rita Cêpa reporta-se à reação que o objecto artístico provoca sobre o espectador, uma reação inquietante, fazendo-o refletir. Francisco Pinto, provoca também uma reflexão, sobre a sociedade actual, em que inevitavelmente surge a influência da tecnologia e as suas consequências da comunicação, também presentes na obra de Adriana Moreno. Por outro lado, Gonçalo Gouveia torna a tecnologia obsoleta, tanto aponta para o seu uso mais banal e quotidiano, como cria uma metáfora para a sociedade atual.

 

Convidamos ainda, a assistirem a sessões semanais de vídeo arte, com uma programação própria. Acreditamos na transversalidade em todas as formas de arte, e por isso consideramos imprescindível apresentar vídeo nesta exposição. Fizemos assim uma selecção de trabalhos, que dialogam com o percurso estabelecido.   

Sobre a Exposição 

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